quarta-feira, 17 de junho de 2009

10 comentários:

Teresa disse...

Deste post farei, sempre que me apeteça o meu porto de abrigo. Este quadro tocou-me profundamente por inúmeras razões. O de cima também, mas este trouxe-me à lembrança da alma um sonho meu... Juntamente com algo mais que me leva para as minhas raízes durienses...

Sempre tive uma costela alentejana. Estas casas estilo monte sempre fizeram parte do meu imaginário. Estive 6 ou 7 anos em Évora, sempre em casas arrendadas e nunca vivi em nenhuma e na zona histórica havia tantas para arrendar... Ficava feliz sempre que ia jantar ou estudar para casa de colegas que viviam em casinhas destas...
Sempre desejei ter uma assim para mim. Mobilada com o estilo alentejano. Sabe aqueles móveis em madeira, pintados manualmente com flores coloridas que se vendiam na rua principal do artesanato, entre a Sé e a Praça do Giraldo? Eram desses móveis que eu sonhava rechear a minha casinha alentejana... A que nunca tive. Nem terei.

A minha costela duriense reabriu-se perante este quadro porque... é como que a mistura entre duas partes de mim. O amor pela casa estilo alentejano... e o Douro. Essas videiras de pé, videiras de sombra, como se diz no Douro, levam-me para casa da minha Avó materna. Tinha umas assim. Onde debaixo delas tanto convivíamos, pelo entardecer ou pela fresca da manhã, nas tardes de Verão, onde o calor do Vale do Douro se sente de forma atómica, tal e qual no alentejo.

Este seu quadro é um misto do meu sonho de casa com o que vivi em pleno coração do Douro, junto da minha Avó.

Virei sempre aqui matar saudades daquela videira de pé... E quem sabe chorar porque não tenho o sonho da minha casinha azul alentejana...

Beijos, Dina.

(Vende os quadros? Se sim, ainda lhe encomendo este)

*

Teresa disse...

Olá, Avó.

Vim a este teu cantinho que reservei para ti.
Apenas escrever-te ao céu. hoje teve orgulho em mim, não teve, Avó? Olhei para o azul do céu e pareceu-me senti-la algures... Mas logo a sensação se desvanece... Porque ainda não a deixei partir de mim. Logo, não a revejo, ainda, nesse belo estado de graça no céu, nas estrelas, no raio de sol mais brilhante... Enfim, naqueles lugares comuns que se dizem quando alguém parte...

Diga-me do seu orgulho em mim. E nele... Viu como ele estava feliz? Sorridente, brincalhão, animado... Avó, que saudades... Amanhã reservarei uma cadeira na primeira fila para si. Vamos todos verter-lhe a nossa lágrima de saudade em nome do meu sucesso e do do nosso pequenino.


Gostaria de lhe pedir desculpa por uma coisa, mas hoje não, Avó. Hoje vou ignorar que escondi os seus sinais... vou descansar, dormir mesmo. Pensar em si. Sei que vou falhar. Depois explico-lhe em quê e porquê. não será novidade.

Que saudades, Avó.

Que saudades suas. E das nossas tardes debaixo da videira, todos sentados no banco de pedra, com a ramada dos malmequeres atrás.

Que saudade.

Saio com os olhos em mar, Avó.

Até amanhã, na sombra da nossa videira.

*

Teresa disse...

um beijinho daqui até ao céu, minha querida...

*

hoje...

Anónimo disse...

querida,

altas horas e tudo termina com uma conversa sobre si...
Que saudades tão grandes, Avó.
que dor esta sua falta me deixou. não sei explicar. Não tenho palavras que expliquem esta minha falta de coragem para a entender como alguém que partiu de mim para sempre.
Ainda hoje choro e grito por si como se fosse a primeira vez que senti e percebi a sua ausência.

não tenho mais palavras hoje. Só lágrimas.

Está sempre comigo, Avó.

Anónimo disse...

Olá, Avó

Mais uma vez no cantinho da soleira da nossa porta, na sombra da sua parreira...

Hoje sentiu-me como sabe, não foi, Avó?
Porque aconteceu isto agora?
Gostaria tanto de entender que será um sinal seu a avisar-me do que devo fazer, pois. Mas e se não é?
Ainda não confio nos espirituais poderes da sua energia vinda dos céus, porque ainda não a vejo como lá estando em definitivo. ainda tenho a Avó em mim, como se tivesse sido ontem.
Amanhã, Avó, faz um ano que tive o acidente. Faz um ano, Avó.
Nunca chegou a perceber o que tinha sucedido, nem por que passava eu tanto tempo deitava ou sentada ao seu lado, imóvel.
Ainda bem que não percebeu porque iria sofrer tanto, querida.
a sua falta de lucidez já só lhe permitia fazer-me rir, ao achar que eu era pequenina e que estava assim porque tinha caído ao jogar aos elásticos. E eu ria-me e chorava porque lhe achava graça, mas chorava porque tinha saudades da Avó de sempre, que teria mil palavras para me ajudar a ultrapassar aquelas semanas e meses duros do acidente.
foi essa falta da minha avó de antes que me impediu de a conseguir deixar partir porque, afinal, parece que nunca me despedi de si.
Quando a Avó chorava (sempre achei que tinha laivos de lucidez) a pedir a morte para si e eu a abraçava a chorar também implorando que eu não queria que morresse... Nesses momentos logo o seu esquecimento se sobrepunha e me perguntava pq chorava eu, quem tinha morrido para eu tanto chorar. Perguntava sempre se eu chorava pq o Paulo tinha morrido ou o tio Zéca.
e eu voltava a perder a minha avó de sempre, para ter aquela que já não sabia quem era cada um de nós.
Teve muitos mimos, Avó. foi muito bem tratada por todos, fez amigas novas mesmo já doente que nem imagina que existem, Avó. Sempre encantadora, a minha Avó. todos se apaixonavam por si.

Avó, tantas saudades, tantas... tanto mar em mim, os meus olhos turvos de água sempre que penso em si. Sempre, minha Avó bonita.

Beijo, Avó*

Anónimo disse...

Avó, dê-me colo... Ajude-me... Hoje, Avó.

Venha adormecer-me...

Beijo na testa, Avó

Anónimo disse...

Avó, hoje é o seu dia.

Saudades...

Recordo aquelas tardes deste dia em que todos íamos de surpresa... E como fingia que não sabia que íamos...

Avó, é o seu dia... Mas a prendinha foi para mim... Sabe como neste momento, pelo motivo que sabe, eu queria estar junto de si e contar-lhe tudinho, não sabe? e mesmo que não contasse, sei que me ia saber aliviada. Porque eu iria colocar atrás da minha orelha um malmequer arrancado da sua entrada...

Avó, tenho tantas saudades... Tantas.
A Madrinha que me perdoe... Mas no dia em que ela morreu, o meu sofrimento foi todo para si. Só me lembrei de si, só de si. Também sorri. Ao lembrar as piadas que a Avó nos contava sobre ela! :)

hoje foi um dia cheio de emoções. sei que mas sente. E tudo o resto deixo entregue às suas energias. Sei que me vigia, Avó

beijo na testa...

Tenho tantas, tantas saudades... :(

Choro por si sempre. Adeus, Avó.

Anónimo disse...

Avó, beijinhos*

Anónimo disse...

Faz hoje um ano, fofinha...
Daqui a 3 horas faz um ano que nos deixou e quatro horas depois, fará um ano que eu soube...
Que saudades, avó.
Não aguento este sufoco das saudades que tenho de si. Eu sabia que hoje seria insuportável.
Sabe a falta que me faz, não sabe?
Olhe... A bem da verdade, espero que não saiba... Espero que não seja verdade nada daquilo que se diz, que os que amamos nos vêem do céu...
Não suportaria a Avó saber aquilo que eu já passei num ano... Aquilo que jamais imaginou que eu pudesse passar. Espero mesmo que não possa ver-me, nem saber de mim para nâo estar triste... Se Deus é tão poderoso tão grande, tão divino... porque não a deixa vir até cá um minuto como nseriua a sua vontade. Penso que se me vê, deve estar a sofrer por não me poder dizer as suas palavras...

Mas sabe, ao mesmo tempo também penso que a Avó vê tudo e que consegue agir à sua maneira. Tenho-me agarrado à ideia de que o que sucedeu foi obra sua porque de certeza que aqule não era o caminho certo. Acho que a Avó, como sabe que eu sou de um coração imenso também, percebeu que só com um choque daqueles eu ia perceber que tinha que ser assim... Foi um ano horrivel, Avó. Estes ultimos tempos, então... É tão dificil perder quem amamos, não é, Avó?
Num ano perdi duas pessoas , Avó. É muito, é muito.
Tenho tantas coisas para lhe contar... Coisas bonitas e tristes. De tudo. O casamento da M, o nascimento do M, tanta coisa, Avó.
Hoje estou especialmente triste. Muito chorosa todo o dia e nada do que fazem por mim me tem ajudado. Não imaginei que um dia depois ainda substisse esta dor como se tivesse sido... ontem... Foi há um ano. um ano sem si, Avó. Que saudades...
Tenho tanto para lhe escrever, mas só me caem lágrimas.
Sabe Avó, dizem que tenho que a deixar partir para eu poder ter algum sossego... Deus... deixá-la partir? Mas a Avó já partiu... A avó não está comigo... Eu queria era que voltasse... Não acredito nas estrelas. Não gosto que me pressionem com isso de superar. Como? Não se supera a saudade da Avó. Não sei como pode haver quem tenha superado isso. Nenhum de nós a esquecerá nunca... Mas acredito piamente que eu serei a que mais tem sofrido. Não sei pq... Mas sou a unica que ainda não fala de si. Nunca mais fui à casa de férias. Nunca mais. O tio já fez obras de recuperação na sua. Dizem que está bonita. Dizem que manteve toda a estrutura. Não imagino como esteja, não fui lá ainda nem irei tão cedo.
Na minha casa, como podrei estar? Ir à varanda e não a sentir no seu terraço, mais abaixo... Ver uma casa remodelada, nova. Não vou. Acho que jamais lá irei,. Não sei.
Avó, a dor é muita.
as lágrimas em demasia.

Que saudades.

Deixo-lhe um beijo. Não suporto as saudades, avó.
Olhe por nós...
*

Anónimo disse...

Avó

*